sexta-feira, 16 de março de 2018

Rápido, rápido que eu já estou saindo

A terapia vai bem. Desde que comecei, consigo me controlar em diversas situações e algumas outras estão sendo expostas e se tornando mais palpáveis agora que falo em voz alta e alguém está lá para ouvir.

Pra ser bem rápido e tirar da cabeça logo, sem tornar este mais um texto meloso, eu descobri, ou melhor, redescobri que não estou apto a me relacionar afetivamente a uma pessoa. Minha concepção está quebrada. Logo eu, que tanto acreditei no amor, que tanto sofri e lutei por ele, estou quebrado e não consigo me ver nos braços de outrem assim, feliz, pelo tempo que durasse. Eu não começo por já saber que vai terminar mal. E algumas coisas foram indo e passaram do tempo de dar bom.

Eu tenho uma figura muito clara e viva na minha cabeça, que é o trem que sempre vai embora e eu não consigo alcançar. Eu preciso sempre correr atrás dele, mesmo ele indo embora e eu não conseguindo embarcar. Sei que ainda posso pegá-lo na estação seguinte ou tentar ir um pouco mais cedo e direto, mas ainda sim, o trem pode me deixar lá sozinho. E é este maldito trem que eu percebo diversas vezes na semana e no meu dia a dia. Este trem me causa um stress absurdo, é como se a representação do mesmo me esmagasse, me sufocasse, mas também é algo que devo conviver.

Eu tenho dois lados, claro e escuro, yng e yang, eu sei que tenho isso porque esse é o maior motivo para eu ter medo de me relacionar com alguém, eu posso machucar pessoas, e isso quem faz, quem executa e quem deixa acontecer, bom, a resposta vem no singular. Sou eu. Eu sou emocionalmente quebrado e não estou apto a me relacionar com ninguém e isso tem um bom tempo.

E eu, bom, perdi você. O trem passou, eu não embarquei e hoje corro atrás, mesmo sem saber que ele nem está na próxima estação, mas sim, na próxima linha, andando paralelamente a mm, mas nunca me encontrando.

Eu sou burro, quebrado, instável e posso acabar com tudo.

Mas ainda sim, estou consegindo evoluir para que, mesmo que não seja contigo, que eu consiga me consertar e levantar a cabeça outra vez.