sexta-feira, 16 de setembro de 2016

mais uma vez, a merda

Existe um problema muito sério acontecendo comigo, com a minha pessoa, com o meu interior. Eu bebo, e sempre bebi, para afogar as dores dos dias e esquecer do que me corrói. Nunca neguei que tinha problema com os cigarros que já fumei, com o que já usei e com o que bebo, mas hoje, após os 18 anos, posso fazer isso livremente, nas ruas, nas festas, em família... E eis a grande questão dos últimos eventos.
Eu não saio de casa como saia, não gasto como gastava e não bebo como bebia. Não tenho tantos contatos próximos como tinha e também sou tão irresponsável e porra-louca quanto antes. No entanto, hoje, estou me mostrando para minha família. Claro que em grau muito menor do que já fui um dia. Sou hoje, dois terços do que já fui, tenho um oitavo da irresponsabilidade que um dia já tive. Hoje, sequer afronto meus superiores, dentro de casa, nas ruas, na faculdade ou onde quer que seja.

Eu sei que sou um fracasso, sei que sou frustrado por isso e por diversas outras questões, e é mais que claro que desconto isso nas coisas mais banais, seja na introspecção, seja no desinteresse pelas coisas e seja, na maldita da bebida.

Meu pai fica louco com a bebida. Meu pai acha que sou um alcoólatra. Meu pai acha que já estou perdido, que nunca dispenso aquilo e que, desde novo, estou fadado ao fracasso por conta da mesma.


Ele está certo. Claro que não no grau que acha, mas está sim.

Eu dirigi bêbado com a minha mãe dentro do carro, eu bebi e muito na minha vida. Eu gasto com bebida, eu faço as pessoas gastarem e  odeio aceitar que todas essas coisas aconteceram, coisas do mundo adulto e que eu fiz com a mesma cabeça que tinha com meus 15 anos. É um caralho. É uma merda. Mas eu faço isso conscientemente, e eu não caio fácil. Pai, por favor, entenda que as coisas não são fáceis e em modo cascata. O que eu faço hoje não desencadeia no completo foço do amanhã.

Eu me odeio e odeio a vida que levo, isso é mais que óbvio. Mas eu sei viver a minha vida e sei segurar a minha angústia, mesmo em público.
Eu não me abro contigo ou com ninguém em família, acredite, nunca fiquei bêbado, ruim como fico, perto de ti.

Se acalme, eu nunca fiquei mal contigo. E olha que eu só saio com você.