segunda-feira, 28 de dezembro de 2015

A Princesa, a idade, e o Bobo

A princesa de que tanto falo em tão poucos dias me pouco cativa, pra ser sincero. A cada vez que a contacto, ela me responde longas dezenas de minutos depois, claro, ela pode estar no trabalho, claro, ela pode ter ido tomar banho, mas ela ainda sim, também vai pra cama e fica vendo coisas que a vida pouco agrada e pouco afeta. Mesmo assim, não sou majoritário em momento algum de seu dia, nada que eu faça, nem indiretinha direta, nem uma boa isca para que ela fisgue, nada ela parece responder. Nos primeiros dias ela respondia até, cada indireta era uma palpitada mais forte em meu coração, e era ela quem fazia, não eu, foi só depois que eu acabei por tomar como uma das principais maneiras e modos em minhas investidas e, bom, claro que são todas para deixar bem claros os meus interesses para com Sua Alteza, que é o beijo do despertar.

Acontece que, como todas as outras princesas com quem ela anda, a Angelical também segue certas regras que o grupo todo partilha. São elas regras como não querer/tentar encontrar-se com algum pretendente mais que uma vez por mês, não persuadir diretamente o pretendente entre outras coisas mais. E é aí que entro, na parte do Bobo, que mesmo sabendo disso, age como se nada acontecesse e como se tudo ainda assim fosse normal, comum, que estivesse certa o tempo todo. Não é questão de chorar as pitangas ou sobre o leite derramado, é que, o timing seria perfeito para acabar o ano acompanhado e ter dado aquele presente ainda na semana de aniversário dela. E graças a essas regras não faladas, a Princesa acabou por simplesmente destruindo meus planos de fim de ano.

Ah, os motivos e desculpas são das mais variadas proveniências, mas claro que por sua idade inferior a minha e meus conhecimentos anteriores e vasto catálogo de desculpas incabíveis, a Princesa acaba sendo desmentida por minha experiência, como por exemplo, a da semana de seu aniversário, dia 23, onde ela acabou "ficando tempo demais no escritório por ter muitas coisas a fazer", e ao invés disso, ela acabou se atrapalhando em algumas coisas e precisou ficar três horas além do horário determinado em seu contrato. Houve também, como o leitor deve saber, a desculpa de hoje. Segunda, 28, em que, bom, "hoje não vai dar, melhor outro dia" e, bom... Não nos encontramos nem hoje, nem iremos amanhã para... Bom, ela foi dormir. Estava cansada.

É.

O Bobo, eu, bato palma, nada mais posso fazer, o senso e a certeza de que deve-se manter limpos seu nome e sua palavra virá com o tempo, Princesa ainda não tem esse senso, essa noção, ela virá com o tempo em que as responsabilidades apertarão e ela entenderá que o mundo age e corre sob contratos ditos, escritos ou registrados, e a cada promessa, cada convite, tais contratos devem ser cumpridos, e, bom, hoje ela só acredita no que é decidido em cima da hora. Choveu há 5 minutos? Cancele. O ônibus demorou 10? Deixe quieto.

O Bobo precisa do mínimo da corte para sobreviver, sejam palmas, sejam rosas ou tomates, ele precisa de algum retorno do Rei, da Rainha, dos Príncipes ou das Princesas, e eu, como um bom Bobo sempre com adereços na cabeça, espero um benéfico retorno desta última. Que você pare de me enrolar e venha me beijar, e que não demore, eu preciso de uma nova esperança.

sexta-feira, 25 de dezembro de 2015

Princesa e súdito

As Princesas modernas já não são mais tão intocaveis, puras e superiores quanto antes. Hoje podem ser tocadas até seu casamento, não importando o cerimonial e tudo mais. As coisas afrouxaram. Não há mais torre mais alta e nem dragão que a guarde. Hoje, as princesas estão ao alcance da lábia e dos lábios de todos. Sejam elas reais, imperiais, súditas, plebéias ou comuns. Todas elas, esposas, filhas, sobrinhas, netas, mães, avós, tias e primas, todas as nossas princesas estão ao alcance da lábia. Algumas, no alcance de um telefonema, outras, no alcance de um torpedo.. Essas são nossas princesas.

A Princesa Angelical, a de meu anterior textículo, ela é mais alcançável ainda que qualquer outra das duas que apareceram no período pós morte. Ela mora perto de casa, num bairro tão pouco favorecido que o meu, e até pior localizado ainda. Ela é tão humana quanto qualquer parente, amigo, conhecido e colega meu, e ela é tão humilde quanto eu. Uma criação como a minha, nenhum desvirtuamento de conduta até conhecermo-nos. Ela é intocada. Ela é pura. É meiga, engraçada e comum. Agora, enquanto pudermo-nos permitir, ela sou eu. Do alvorecer ao entardecer. Ela se esconde no anoitecer, recua, pra atacar em meus sonhos, atacando meu celibato, meu desejo e minha paz solitária. Abala-me totalmente, e não permite que desvie minha conduta para além do que ela imagina ter sido feito. Ainda pouco nos conhecemos, e é disso, desse fato incontestável, que surgem as dúvidas. O que fiz, para Deus, neste ano, para recompensar-me com tanto amor e tanta ternura no fim do corrente.

Seja Papai Noel, seja Jesus, seja Deus, alguém está agindo pra colocar um anjo em meu caminho, em minha vida. E não só um anjo, uma beldade, uma humana, uma Princesa, mas sim, uma esperança, e claro, o mais intrigante, de braços abertos. Ela gosta de mim. Sua honestidade é intima à sua extrema bondade, sua infalível sagacidade e entendimento de mundo. Me dá bola. Isso que é o mais impressionante. A mulher foi um ser inatingível. Hoje, ela vem a nós, hoje, ela nos ouve e nos conta coisas. Compartilhar momentos, eu preciso disso. Preciso cuidar e ser cuidado por alguém. Não há mais frio, não há mais inverno, há o verão, e nosso passeio e memória chave é, claro, a praia. Dessa vez, não sou mais capacho, não sou mais lacaio, não sou mais bobo, dessa vez, eu sou súdito de Sua Alteza, melhor, Minha.

Que Deus possa me ajudar. Eu preciso disso. Ela é muito pra mim, ainda assim, há a possibilidade. Domingo e Segunda-Feira conto as impressões do antes e depois do encontro. Olha... Que eu não trave. Que ela retribua o beijo, e que ria de minhas besteiras. Precisamos disso. Quer dizer, eu preciso, ela eu não sei. Sei que preciso casar e ter filhos e coroá-la como minha Princesa. De jure, ela já o é, agora será de facto. E consorte.

sábado, 19 de dezembro de 2015

Dessa vez, a Princesa Angelical

Sim. Sim, caro leitor, sim. Já passei pelo folclore brasileiro, pelo oriente, pela puta que o pariu, e eu, sim, passo hoje, por mais uma possibilidade de ficar com alguém.

É mais uma vez que uma garota olha pra mim diferente. Dessa vez, sendo mais nova, o que faz eu me sentir um papa anjo, ainda mais pela virgindade, e ela é mais, digamos, ativa... Ativa não, qual a palavra de quem toma a dianteira mesmo? Que vai pra cima? Puts... Depois lembro.

Enfim. A conheci cerca de um mês. Flerte aqui, flerte ali, lembro de ter falado pouco com ela, direta e pessoalmente, digo. E assim, eu tinha na cabeça que queria casar com uma negra, visto que todos meus irmãos acabaram por namorar caucasianas e eu me pus na tarefa de seguir a linhagem da melanina de meu pai, acontece que, essa branquela de mandíbula marcante (sim, se ela emagrecer, tenho certeza que isso fará sua cabeça crescer 3 metros) é o que tenho de melhor hoje, digo, não tenho nada, mas dadas as circunstâncias, as possibilidades e as chances, ou é ela, ou serão meses solitários daqui pra frente, como já estão sendo estes dois anos.

O nome dela é, bom, nome de rainha portuguesa, ou de cidade soterrada por dejetos de mineração, ou como poderia chamar, a Princesa Angelical. Claro, juntando meu apreço pelo símbolo e entidade da coroa, a uma outra característica que se inclua na mesma e isso tem a ver com sertanejo e com o lugar onde mora. Sem mais delongas, ela é jovem, uma moça, acabara de se formar, não sabe o que quer ser da vida, e ainda é imatura o suficiente para nem se preocupar com isso. Sofre com cólica e usa tênis. Ouve bandas por modinha, não sabe dançar e nem cantarolar. É meiga, sedutora e cara de pau. Não gosta de fugir de sair, tentar, sabe? A balança é bem equilibrada, o que faltam de características físicas e conhecimentos, compensa em grandeza de espírito, risadas e um sentimento ardente de nostalgia, apesar da pouca idade.

A Princesa é nada mais que uma jovem que não quer casar, não quer namorar. Quer curtir. Quer "pegar". Quer saber "qualé". Experimentar. Ah, claro, continuar casta. Interessante. Ela é de boa, bebe, deixa beber, dorme em beliche, é cristã e não se assusta com machismo, pornô ou algo do tipo. Não. Ela é uma de nós, ou de mim. É uma comum. Esse é seu diferencial. Claro, seu cheirinho de perfume e cuidado com a beleza pelo simples fato de ir me ver fizeram total diferença, e é disso que se trata a Possibilidade e suas dúvidas.

Esse estágio tenebroso em que fico quase que semestralmente não faz parte da paixão, do amor, da ternura ou do atroz apreço da mutualidade de corpos, salivas, gostos e sabores. É um quase lá. É um estágio mental, onde o universo em si abre a bifurcação e só você e sua mente podem te levar ao sucesso, ao satisfatório e às congratulações. O acerto dependes de tu, o erro, o catastrófico, é certo em si.

Olha, Princesa, és jovem e caso seja como suas amigas, me sinto lisonjeado pelo interesse em meus lábios e feliz pelos elogios, há muito não ouvia coisas tão felizes sobre minha aparência, minhas roupas e meu comportamento, mesmo em horas terríveis, como bêbado e acabado, com a boca mais suja que ralo de vestiário. A vontade de os meses passarem rápido e eu poder dizer que lhe amo cresce a cada resposta que me dá com um coração no meio, e assim, eu quero. Mesmo que eu tenha de rir com kkk, mesmo que tenha de parecer ridículo e que gaste uma cacetada de dinheiro, eu vou tentar. E espero conseguir.

Você tá valendo a pena, linda.