segunda-feira, 28 de dezembro de 2015

A Princesa, a idade, e o Bobo

A princesa de que tanto falo em tão poucos dias me pouco cativa, pra ser sincero. A cada vez que a contacto, ela me responde longas dezenas de minutos depois, claro, ela pode estar no trabalho, claro, ela pode ter ido tomar banho, mas ela ainda sim, também vai pra cama e fica vendo coisas que a vida pouco agrada e pouco afeta. Mesmo assim, não sou majoritário em momento algum de seu dia, nada que eu faça, nem indiretinha direta, nem uma boa isca para que ela fisgue, nada ela parece responder. Nos primeiros dias ela respondia até, cada indireta era uma palpitada mais forte em meu coração, e era ela quem fazia, não eu, foi só depois que eu acabei por tomar como uma das principais maneiras e modos em minhas investidas e, bom, claro que são todas para deixar bem claros os meus interesses para com Sua Alteza, que é o beijo do despertar.

Acontece que, como todas as outras princesas com quem ela anda, a Angelical também segue certas regras que o grupo todo partilha. São elas regras como não querer/tentar encontrar-se com algum pretendente mais que uma vez por mês, não persuadir diretamente o pretendente entre outras coisas mais. E é aí que entro, na parte do Bobo, que mesmo sabendo disso, age como se nada acontecesse e como se tudo ainda assim fosse normal, comum, que estivesse certa o tempo todo. Não é questão de chorar as pitangas ou sobre o leite derramado, é que, o timing seria perfeito para acabar o ano acompanhado e ter dado aquele presente ainda na semana de aniversário dela. E graças a essas regras não faladas, a Princesa acabou por simplesmente destruindo meus planos de fim de ano.

Ah, os motivos e desculpas são das mais variadas proveniências, mas claro que por sua idade inferior a minha e meus conhecimentos anteriores e vasto catálogo de desculpas incabíveis, a Princesa acaba sendo desmentida por minha experiência, como por exemplo, a da semana de seu aniversário, dia 23, onde ela acabou "ficando tempo demais no escritório por ter muitas coisas a fazer", e ao invés disso, ela acabou se atrapalhando em algumas coisas e precisou ficar três horas além do horário determinado em seu contrato. Houve também, como o leitor deve saber, a desculpa de hoje. Segunda, 28, em que, bom, "hoje não vai dar, melhor outro dia" e, bom... Não nos encontramos nem hoje, nem iremos amanhã para... Bom, ela foi dormir. Estava cansada.

É.

O Bobo, eu, bato palma, nada mais posso fazer, o senso e a certeza de que deve-se manter limpos seu nome e sua palavra virá com o tempo, Princesa ainda não tem esse senso, essa noção, ela virá com o tempo em que as responsabilidades apertarão e ela entenderá que o mundo age e corre sob contratos ditos, escritos ou registrados, e a cada promessa, cada convite, tais contratos devem ser cumpridos, e, bom, hoje ela só acredita no que é decidido em cima da hora. Choveu há 5 minutos? Cancele. O ônibus demorou 10? Deixe quieto.

O Bobo precisa do mínimo da corte para sobreviver, sejam palmas, sejam rosas ou tomates, ele precisa de algum retorno do Rei, da Rainha, dos Príncipes ou das Princesas, e eu, como um bom Bobo sempre com adereços na cabeça, espero um benéfico retorno desta última. Que você pare de me enrolar e venha me beijar, e que não demore, eu preciso de uma nova esperança.

sexta-feira, 25 de dezembro de 2015

Princesa e súdito

As Princesas modernas já não são mais tão intocaveis, puras e superiores quanto antes. Hoje podem ser tocadas até seu casamento, não importando o cerimonial e tudo mais. As coisas afrouxaram. Não há mais torre mais alta e nem dragão que a guarde. Hoje, as princesas estão ao alcance da lábia e dos lábios de todos. Sejam elas reais, imperiais, súditas, plebéias ou comuns. Todas elas, esposas, filhas, sobrinhas, netas, mães, avós, tias e primas, todas as nossas princesas estão ao alcance da lábia. Algumas, no alcance de um telefonema, outras, no alcance de um torpedo.. Essas são nossas princesas.

A Princesa Angelical, a de meu anterior textículo, ela é mais alcançável ainda que qualquer outra das duas que apareceram no período pós morte. Ela mora perto de casa, num bairro tão pouco favorecido que o meu, e até pior localizado ainda. Ela é tão humana quanto qualquer parente, amigo, conhecido e colega meu, e ela é tão humilde quanto eu. Uma criação como a minha, nenhum desvirtuamento de conduta até conhecermo-nos. Ela é intocada. Ela é pura. É meiga, engraçada e comum. Agora, enquanto pudermo-nos permitir, ela sou eu. Do alvorecer ao entardecer. Ela se esconde no anoitecer, recua, pra atacar em meus sonhos, atacando meu celibato, meu desejo e minha paz solitária. Abala-me totalmente, e não permite que desvie minha conduta para além do que ela imagina ter sido feito. Ainda pouco nos conhecemos, e é disso, desse fato incontestável, que surgem as dúvidas. O que fiz, para Deus, neste ano, para recompensar-me com tanto amor e tanta ternura no fim do corrente.

Seja Papai Noel, seja Jesus, seja Deus, alguém está agindo pra colocar um anjo em meu caminho, em minha vida. E não só um anjo, uma beldade, uma humana, uma Princesa, mas sim, uma esperança, e claro, o mais intrigante, de braços abertos. Ela gosta de mim. Sua honestidade é intima à sua extrema bondade, sua infalível sagacidade e entendimento de mundo. Me dá bola. Isso que é o mais impressionante. A mulher foi um ser inatingível. Hoje, ela vem a nós, hoje, ela nos ouve e nos conta coisas. Compartilhar momentos, eu preciso disso. Preciso cuidar e ser cuidado por alguém. Não há mais frio, não há mais inverno, há o verão, e nosso passeio e memória chave é, claro, a praia. Dessa vez, não sou mais capacho, não sou mais lacaio, não sou mais bobo, dessa vez, eu sou súdito de Sua Alteza, melhor, Minha.

Que Deus possa me ajudar. Eu preciso disso. Ela é muito pra mim, ainda assim, há a possibilidade. Domingo e Segunda-Feira conto as impressões do antes e depois do encontro. Olha... Que eu não trave. Que ela retribua o beijo, e que ria de minhas besteiras. Precisamos disso. Quer dizer, eu preciso, ela eu não sei. Sei que preciso casar e ter filhos e coroá-la como minha Princesa. De jure, ela já o é, agora será de facto. E consorte.

sábado, 19 de dezembro de 2015

Dessa vez, a Princesa Angelical

Sim. Sim, caro leitor, sim. Já passei pelo folclore brasileiro, pelo oriente, pela puta que o pariu, e eu, sim, passo hoje, por mais uma possibilidade de ficar com alguém.

É mais uma vez que uma garota olha pra mim diferente. Dessa vez, sendo mais nova, o que faz eu me sentir um papa anjo, ainda mais pela virgindade, e ela é mais, digamos, ativa... Ativa não, qual a palavra de quem toma a dianteira mesmo? Que vai pra cima? Puts... Depois lembro.

Enfim. A conheci cerca de um mês. Flerte aqui, flerte ali, lembro de ter falado pouco com ela, direta e pessoalmente, digo. E assim, eu tinha na cabeça que queria casar com uma negra, visto que todos meus irmãos acabaram por namorar caucasianas e eu me pus na tarefa de seguir a linhagem da melanina de meu pai, acontece que, essa branquela de mandíbula marcante (sim, se ela emagrecer, tenho certeza que isso fará sua cabeça crescer 3 metros) é o que tenho de melhor hoje, digo, não tenho nada, mas dadas as circunstâncias, as possibilidades e as chances, ou é ela, ou serão meses solitários daqui pra frente, como já estão sendo estes dois anos.

O nome dela é, bom, nome de rainha portuguesa, ou de cidade soterrada por dejetos de mineração, ou como poderia chamar, a Princesa Angelical. Claro, juntando meu apreço pelo símbolo e entidade da coroa, a uma outra característica que se inclua na mesma e isso tem a ver com sertanejo e com o lugar onde mora. Sem mais delongas, ela é jovem, uma moça, acabara de se formar, não sabe o que quer ser da vida, e ainda é imatura o suficiente para nem se preocupar com isso. Sofre com cólica e usa tênis. Ouve bandas por modinha, não sabe dançar e nem cantarolar. É meiga, sedutora e cara de pau. Não gosta de fugir de sair, tentar, sabe? A balança é bem equilibrada, o que faltam de características físicas e conhecimentos, compensa em grandeza de espírito, risadas e um sentimento ardente de nostalgia, apesar da pouca idade.

A Princesa é nada mais que uma jovem que não quer casar, não quer namorar. Quer curtir. Quer "pegar". Quer saber "qualé". Experimentar. Ah, claro, continuar casta. Interessante. Ela é de boa, bebe, deixa beber, dorme em beliche, é cristã e não se assusta com machismo, pornô ou algo do tipo. Não. Ela é uma de nós, ou de mim. É uma comum. Esse é seu diferencial. Claro, seu cheirinho de perfume e cuidado com a beleza pelo simples fato de ir me ver fizeram total diferença, e é disso que se trata a Possibilidade e suas dúvidas.

Esse estágio tenebroso em que fico quase que semestralmente não faz parte da paixão, do amor, da ternura ou do atroz apreço da mutualidade de corpos, salivas, gostos e sabores. É um quase lá. É um estágio mental, onde o universo em si abre a bifurcação e só você e sua mente podem te levar ao sucesso, ao satisfatório e às congratulações. O acerto dependes de tu, o erro, o catastrófico, é certo em si.

Olha, Princesa, és jovem e caso seja como suas amigas, me sinto lisonjeado pelo interesse em meus lábios e feliz pelos elogios, há muito não ouvia coisas tão felizes sobre minha aparência, minhas roupas e meu comportamento, mesmo em horas terríveis, como bêbado e acabado, com a boca mais suja que ralo de vestiário. A vontade de os meses passarem rápido e eu poder dizer que lhe amo cresce a cada resposta que me dá com um coração no meio, e assim, eu quero. Mesmo que eu tenha de rir com kkk, mesmo que tenha de parecer ridículo e que gaste uma cacetada de dinheiro, eu vou tentar. E espero conseguir.

Você tá valendo a pena, linda.

quinta-feira, 19 de novembro de 2015

eu tinha 11 anos quando escrevi essa merda, olha as concordâncias, já não faziam sentido

Esperança é um sentimento que odeio,
mas pode ser o melhor refugio à quem ama.
pode ser o melhor a quem necessita.
pode ser o remédio à quem espera a anos.
Mas e quando a esperança se acaba
e o objetivo é alcançado?
o amor começa a fluir para o que sempre
foi imaginado, planejado e tão sonhado.
o amor qunca muda. Sempre é o mesmo
a força que ele é exercido que é diferente,
um amor que veio de um tempo de espera enorme,
é dos melhores e mais gostosos de se viver.
um Passar anos na esperança de que tal pessoa o aceite
ser muito doloroso.
Caso desista, assim como eu.
tente entender os dois lados da moeda.
se coloque em todas as pmpes posiveis para ver se realmente vale à pena.
Mas acima de tudo, tente amar incondicionalmente a pessoa
amada.
Ela é tudo o que você pode ter.

domingo, 15 de novembro de 2015

puta semana desgracenta

A semana começou bem, vai. Nesse intervalo entre feriados, fomos eu e meus colegas da faculdade para a praia. Uma viagem que tinha tudo pra dar errado, gente que não era bem vinda, gastos gigantescos, pouca variedade de comida, discordâncias entre o pessoal... Enfim, tudo que encareceria a viagem causava um enorme desgaste, um dos moleques chegou a chorar por antecipação por estar metendo o dinheiro naquela merda.

Mas enfim, tudo deu certo. Sobrou comida e bebida, ah, e sujeira também. Mas a alegria e amizade imperou naquela casa, naquela praia. Muitas estórias, maneiro.
Eis que começa a semana, segunda, eu rouco, não consigo acordar e ir pra faculdade. Já era a sexta ou sétima segunda que eu não fui a aula. A DP será consequência, claro. Eu já sei. O semestre todo eu fiquei em casa dormindo, como um filho da puta preguiçoso, mas não, era ela, a deprêzinha me fudendo outra vez. Semestre todinho, foda. Depois disso, eu menti, me enganei e mosquei a semana todinha. Não fiz o que tinha de fazer e boom, chega hoje, o domingo, e eu não saio a noite, e fico na merda outra vez.

Ficar em casa domingo nunca foi uma opção. Se fosse, bom, eu nunca escolheria ficar em casa, só, enquanto as visitas entretém meus pais e irmãos, e eu fico lendo, ouvindo música ou alguma coisa.
Fazem 3 anos que eu renasci, desde aquele acidente com o ônibus. Quase que eu não lembro. Mas, bom, pois é, acho que eu morri naquele dia mesmo.

sexta-feira, 30 de outubro de 2015

o quão podre, sujo e baixo pode chegar a porra do ser humano

as pessoas o olham, tentam entender, mas ele simplesmente era sujo o bastante que morava no buraco mais fétido possível

ele não queria sair da merda, do esgoto, do lixo, do que se há notícia de ser o mais podre desse planeta.

atenção, todos, a escória chegou

terça-feira, 23 de junho de 2015

Doce erva mate do oriente

A vida é a sucessão de fatos suscetíveis por erros, escolhas e acasos. Quase não há controvérsias a isso e caso ocorra, será para por mais algum fator nessa equação. Ser um novo adulto, é enxergar um véu tênue entre a infância, a puberdade, a jovialidade, a maturidade, a velhice e a morte. Explica-se e entende-se muito sobre o que foi feito e como se sucederam as relações enquanto éramos crianças e menores, onde não entendíamos e não podíamos ver a vida como ela deve ser vista e analisada piamente e religiosamente, todos os dias.

Esse início me ajuda na chamada deste tópico. Acabei de sair da sala de cinema, onde vi o novo filme da Pixar. Pra quem gosta ou simplesmente assiste, cada filme da Pixar merece uma atenção extremamente minuciosa e dando o devido mérito e respeito para talvez as obras de animação mais veneradas e merecidamente respeitadas da arte audiovisual. Nessa nova animação, são tratadas as emoções humanas do lado de dentro, no "controle central" da cabeça, ou do coração, como melhor entendemos aqui em terras latino-americanas. Claro que não vou pontuar o filme ou me pautar exclusivamente sobre ele, não. Só gostaria de comentar que ele abre uma janela na cabeça, que vai lá na infância, busca memórias e sentimentos perdidos e traz a tona, tudo em menos de duas horas de exibição. Essa montanha russa, que cada vez é mais recorrente no cinema, acaba por ser viciosa ao grande público que "vai preparado para chorar", ou ainda "é um entretenimento mais pesado" (entendendo por "pesado", o triste, cabisbaixo, pensativo). Essas falas são tão viciadas e desmoronadoras de sentimentos e pensamentos, que simplesmente arrebatam multidões e milhões de dinheiros locais e internacionais, e nada se cria a partir dali. Só a lágrima, que pode ser a emoção mais fácil de ser arrancada de um expectador. Que eu prove? Mostra uma cena chocante, uma criança sofrendo uma injustiça, uma mãe morrendo... Inúmeras combinações temerosas a qualquer ser racional e alfabetizado emocionalmente. Acontece que, a mensagem de uma obra audiovisual, literária, musical ou visual não é sequer entendida pelo público, pelo consumidor de uma obra deste porte.

Claro que isso não faz parte do que eu quero falar. Quero falar de decisões, de erros e da passividade diante de problemas conjunturais, morais e claro, emocionais. É de conhecimento, acredito que, geral que eu tenho problemas de relacionamento, principalmente no que tange o campo feminino e amoroso do jogo. Sempre que vem uma chance mais clara e oportunista de eu me "dar bem", eu acabo cagando e matando a chance, sem nem externar isso pra alguém. Eu simplesmente fico em casa, choro e fica tudo certo. Ao menos pra mim.

Me lembro de uma garota linda que gostava de mim no pré. No dia da formatura, ela chamou a mãe dela pra me apresentar, eu sequer tinha noção do que era paixonite, amor, paixão ardente, futuro ou qualquer tipo de relação além da familiar. Eram duas negras lindas, a filha e a mãe, meu pai ficou empolgadíssimo com aquilo e até mesmo tirou uma foto de nós dois juntos. Eu nem entendia o porquê da garota não sair do meu pé, eu só queria conversar com a garotada e jogar bola, mesmo que horrorosamente. Claro que esse dilema, entre ser mais amigo e manter mais contato com amigos e ir lá conversar e possivelmente ficar com alguma garota, me persegue até hoje. Tenho esse grave problema, de deixar o amor pra depois e acabar sem nada nas mãos. Nem amigos, nem companheiros e nem namoradinhas, amores... Enfim, acontece que essa situação do pré se repete a cada biênio, por incrível que pareça. Eu chego em um lugar, alguém dá em cima de mim, eu demoro a entender e corresponder e a garota já está em outra sintonia, outro objetivo. Um enorme empata-foda, ou um desperdiça-foda. Sei lá.

Sei mesmo, é que a doce flor do oriente vem me agraciar, mesmo sabendo e sentindo que estou meio zuado depois de ter entendido o que era o tal do relacionamento aberto dela, que nada mais é que uma traição silenciosa, onde quem cala, realmente, consente, com seu perfume e abraço apertado. Ela sabe que está meio estremecida a coisa. E ela ainda está estremecida com tudo. Mas, bom, decidi tentar. Eu sou trouxa mesmo, e por honra, por medo de falarem de mim, de afrouxar mais uma vez, eu vou tentar. A partir de uma determinada hora, parei de mandar aquelas mensagens secas monossilábicas e comecei a falar do meu dia e discorrer sobre diversos assuntos (agradeço, claro, mais uma vez aos Lumière, por criar o cinema,  e por ser uma fonte inesgotável de assunto e de paixão. Todos gostam de cinema, mas só quem realmente ama, é capaz de falar horas sobre o mesmo filme, ou dias sobre um subgênero, meses sobre um gênero e anos sobre um determinado mercado cinematográfico regional), até a hora de ela deitar e dormir.

Não, não estou apaixonado, sequer deu tempo ou vai dar tempo. A questão é que, dessa vez, vou tentar lutar pelo que pode vir a ser meu. É complicada a maneira como essas coisas se organizam na minha cabeça, eu sei, mas acredito que é hora de procurar alguém para construir um futuro primeiramente, apresentar pra minha família e sair de mãos dadas, além de acabar com o celibato, quem sabe. Eu escolho sim, por não errar e deixar passar alguém por entre meus dedos. Tenho chance e vou agarrá-la, sem fraquejar.

O mérito sobre tudo isso pode ser meu, sim, mas cabe a ela entender e ignorar meus problemas e, bom, corresponder ao beijo que roubarei.

segunda-feira, 22 de junho de 2015

O modernismo classicista e o eremita celibatário

Engraçado como tudo que se tem hoje, é construído encima de estruturas mutáveis, frágeis e imediatistas, e como nada aguenta sequer a primeira onda, acabando por desabar e espatifar-se rente ao chão.

Explico.

Desde o fatídico dia, meu coração, cabeça ou nada do meu corpo, teve alguma musa ou amorosamente dizendo, uma pretendente. Talvez tivesse a Iara, no ano passado, que durou cerca de dois meses, para só acontecer selinhos e eu ver que ela era completamente incompatível comigo, e que eu, na verdade, prestava um desserviço àquela que cortava os pulsos. Um atraso para uma garota de 16 anos, dois anos mais jovem que eu, completamente inconcebível hoje. Eu sequer aceito mais pensar nisso. Pretendo neste texto, explanar diversas características, por pura necessidade de registro e de releitura futura, a fim de buscar nostalgia e, quem sabe, culpa e remorso.

Ainda sim, ouvindo os mesmos estilos musicais de antes, durante e depois de minha morte, e agora, na fase dois do post-mortem, eu talvez esteja tendo a primeira chance de dar uma guinada em minha aparência e possa, finalmente, dar novos ares às minhas manhãs. É. Ela faz parte do mesmo curso que faço à tarde, na mesma sala e no mesmo horário. É da minha sala sim, e naquela sala cheinha de crianças (que deveriam permanecer intocadas) e jovens que mais sabem destruir-se ao invés de preservar-se e evoluir enquanto conscientemente, ela surge. E com o aval positivo dos outros membros da sala e alguns colegas mais amigáveis.

Não, ela não é morena e nem uma brasileirona como eu gosto e sempre desejei, optando por contrapor meus irmãos, com suas devidas companheiras caucasianas, e manter as raízes da cor escura na família. Trata-se de uma oriental. Sim. Uma oriental, e além de tudo, da primeira geração pós vinda ao Brasil. É uma oriental pura, e, mais que tudo isso, uma chinesinha. "Cacete, tudo o que você queria mesmo, um amor BRICS!!!", exatamente. Talvez só uma pegada BRICSista. Se pudesse rolar ou combinar.

Ela é uma chinesinha de menos de 40 kg, de minha altura e altamente expressiva junto ao fato de que, sim, parece um anime ambulante e 3D. Caricaturadíssima, eu sei. Pra mim, que sempre opto por sequer aparecer ou ser notado, um alguém que busca alternativas em homeopatia, mapa astral e fala gritando no meio de uma avenida, pra dar oi a quem está do outro lado... É completamente inaceitável e incompatível. Sequer procuro por alguém assim, e até saio correndo de quem tenha uma pitadinha qualquer de um destes elementos, mas o trabalho e a aula nos juntou. 

Acabei parando na mesma equipe que ela, o que seria um trabalho distante e fácil, passou a ter uma enorme dificuldade e necessidade por aproximação quando eu passei a ser produtor e assistente de diretor, onde ela era quem dirigia. E assim aconteceu. Saíamos da aula, onde conversávamos pouco, nos abraçávamos em média frequência e o contato era realmente profissional, para as conversas pelo celular, com assuntos mais abrangentes e mais adversos que o restante conversado durante a tarde do curso. Os assuntos, passíveis de maior discussão e tempo, eram escolhidos a dedo, afim de mais procurar simplesmente uma intimidade maior com ela, para entendê-la e transpassar isso para o trabalho. Deu numa aproximação sentimental também. Não quis a nenhum momento parecer apaixonado, afim de algo ou eloquente, só quis ser um cara legal, direito e que estava a fim de um trabalho bem feito, que foi o que foi feito.

O trabalho resultou em dois prêmios dos meninos, nenhum para nós. Claro que tiveram outros fatores externos, mas dois dos prêmios estão com nosso trabalho e é isso que importa.

O tempo foi passando - cerca de um mês - e as coisas foram melhorando e piorando, dependendo do fator e do ângulo em que se olha. Fui a festas onde eu bebia e ia conversar com ela, encorajado pelo álcool em meu sangue, e só saíam assuntos cabeça, claro. Não podia ser diferente vindo de um velho chatíssimo que mais procura um parceiro de discussão do que um parceiro sexual. Ela, por outro lado, entendia e correspondia positivamente aos assuntos, que não foram fáceis ou levianos não, desde sistemas políticos alternativos a discussões sociais e filosóficas sobre padrões comportamentais e fases da vida. Em meio a isso tudo, com tanta concordância e uma faísca em meu peito, ela estava bem mal por causa do ex-namorado. Um cara escroto que mais queria curtir do que se importar com alguém. Eles tinham um relacionamento aberto, onde ela "ficava" com alguém embriagada ou em situações onde a libido não a deixavam responder em si,  e ele simplesmente saía e comia todas. É isso. Abriram os olhos dela e, enfim, terminaram. Desde então, mais de 8 garotos passaram pelo radar de desejo da doce flor do oriente, e não fui citado a ninguém por ela. 

Este é o buraco em que eu me meti.

Quando soube e pude reparar que a aproximação era mais sentimental, e que o caminho estava livre para mim, comecei a dar uma investida mais agressiva, ainda leve, mas mais agressiva, no que se abrange somente a falar sobre assuntos amorosos e corporais. Claro que isso despertou sua excitação, mas começou a ser orientada não a mim, mas a outrem. Um dos alvos em que já havia declarado estar afim de entrar em seu extenso catálogo de bocas beijadas. E assim foi, todo êxtase e faísca que acendi, foi direcionada não mais a mim, mas a outro alguém.

O que parecia combinar tanto outrora, agora finalmente se revelou destoante de todo o resto situacional. Este "amor" que surgiu em semanas, dias, horas, se esvai em questão de segundos, por desinteresse e desencantamento. O que parecia concordar um dia, política, amorosa, social, jurídica e previamente discutido, agora se prova o contrário. Baladinhas, festinhas, desejo por ser notado, desejo por notar e desejo sexual impulsivo. O completo desprendimento de responsabilidade, consciência e valor. A total dissonância com o discutido ou respeito ao ser.

O jovialismo e adolescentismo faz mais vítimas a cada dia. E acabou de levar um possível romance nas frias brisas do inverno.




O inverno. Levando mais coisas de mim, mais uma vez.

sexta-feira, 15 de maio de 2015

Mais um dia

Eu nunca tive uma relação de ouro com meu pai. Sempre amei e defendi minha mãe e criei uma antipatia, com o tempo, por meu pai, devido a brigas de casal que aconteciam em casa, cada vez mais frequentes em certa época. Isso de fato me fez falar pouco com meu pai, manter meu laço cada vez mais fraco e distante, até uma época em que o xinguei enormemente e disse que o odiava para gente da própria família. 

Meu maior erro como ser humano, eu sei, mas é que eu, como um apaixonado por minha mãe, não entendia o porquê daquele “monstro” que gritava dentro de casa, tinha que me dar carona para a escola todos os dias, tinha que ligar para perguntar onde eu estava e para perguntar se vou demorar a chegar em casa. No carro, aquela tortura de ficar fechado, ao lado do “inimigo” era insuportável. Contei as vezes em que bebi escondido durante as aulas do médio e ele foi me buscar, cansado depois de um dia de trabalho, e percebia o cheiro de bebida e não dizia nada. Claro, nada se dizia no carro até chegar em casa. Isso era meu maior castigo. Passar minutos, quieto, só ouvindo a respiração daquele cara. Insuportável.

Isso melhor gradativamente com o correr dos anos. Agora, em que estou imensamente aprofundado em conceitos que sagram o seio familiar e mais velho e maduro, entendo o tamanho da importância do meu pai, e o respeito imensamente, praticamente sendo o oposto do que fui há menos de 3 ou 4 anos atrás. É, acredito que estou sempre evoluindo para melhor. E isso fez com que minha relação com meu pai fosse mais próxima, claro que não conversamos sobre tudo, não fofocamos e eu não busco conselhos com o mesmo, aprendi na época “negra” a me guiar, mas não somos próximos, de maneira alguma. Eu o entendo, o respeito e o amo. É sublime de um jeito que é difícil de se explicar.
Por que começar um texto tratando de um desastre moral e familiar? Bom, para começar isso daqui é sobre meu dia, sobre a experiência que tive hoje, e como eu chorei e me arrepiei diversas vezes seguidas.

Há algum tempo que estou evitando tirar a carteira de motorista, não gosto muito de carro e a carteira, pra mim, era uma forma de mostrar que eu estava contra minhas próprias decisões, sei lá. Não gosto de carro e moro em São Paulo, é inconcebível idolatrar carros aqui, eu entendo isso e simplesmente não desejo isso pra mim. E, claro, meu pai disse que era para eu fazer e que pagaria. Aquele típico “faz lá, vai” que estou até acostumado de vir dele. 

Enfim, hoje, sexta-feira, fui na maldita autoescola fazer a matrícula, lá, fui surpreendido por não poder pagar as seis parcelas, descritas num banner que anunciava a promoção na entrada, em espécie, só no cartão. Contornei a situação e sai de lá cheio de recibos, contratos e papeis assinados. Liguei para meu velho pai para avisar do ocorrido e disse que estava tudo tranquilo, ok, desliguei. 
Liguei o player, e começou minha redenção. Ao passo das primeiras palavras da música, eu adentrava o metrô. Na janela, iam passando-se as paisagens de todos os dias, aquela montanha cortada ao meio para passagem dos trilhos, os prédios a uns 15 metros de distância e tudo mais. Abriu no shuffle um podcast sobre Bohemian Rhapsody, e aí começou tudo. O apresentador dizia sua experiência da primeira vez de ouvir a música, estava em uma sala com a garotada da faculdade quando o vinil começou a tocar. Imediatamente lembrei de minha relação, hoje, com meu pai. O único contato que tenho com ele, é durante o Jornal Nacional, sempre. Durante ou antes do jantar. É impressionante como eu realmente tenho este momento como sagrado. Odeio quando falam por cima das vozes dos apresentadores do dia, odeio quando inventam de falar sobre o dia de cada um durante esse momento. Eu só quero ver o jornal. Eu quero ter a lembrança de meu pai aqui, nesse momento, viva e falando dentro de mim. Ele não está morto, longe disso. Mas isso é sagrado, essa idéia de cada um estar em um sofá, comentando sobre as coisas que acontecem e que passam no jornal, completamente desarmados e livres me entusiasma tanto, mas tanto, que eu realmente tenho isso como obrigatório, todos os dias. Meu pai está vivo aí.

O apresentador conta estrofe por estrofe sobre o garoto pobre, que pondo a arma na cabeça de um homem, o mata. E ele fala a coisa mais verdadeira que se pode haver, life had just begun, e, claro, easy come, easy go. Meu pai é um herói e o ídolo, realmente um gigante inatingível e amigão para meu irmão do meio, para o mais velho, é um conselheiro. Pra mim? Eu ainda não tenho essa resposta. Não tenho essa descriçao pra ele. Minha vida acabou de começar, tenho 18 anos, mas é tão fácil do jeito que nos distanciamos pelos anos da adolescência, que isso fácil se foi. 

Nessa hora, eu já andava para a faculdade, e comecei a chorar. Muito. Parei na rua para tentar me recompor, mas não foi assim que funcionou. A ópera começou e eu ainda não entendia o que estava acontecendo comigo, aqueles gritos sobrenaturalmente postos ali mexiam muito comigo. Diretamente me faziam lembrar do meu progenitor. Quanto mais chorava, mais mecanicamente andava e mais imóvel eu ficava ao andar. E ali andei, os 20 minutos que gasto para chegar ao portão imóvel. Estatelado. Esfacelado. Eu fui para um plano onde não sentia mais o corpo, só a música nos ouvidos e a cabeça longe. Chorando e não sentindo mais nada. Completamente arrepiado eu cheguei na aula. Desliguei o som e entrei no campi. Olhei para os céus, o vento gelado finalmente encontrou meu rosto e me entregava a mensagem que meu pai me mandava do outro lado do estado, no trabalho. Tenha um bom dia, meu filho. 

quarta-feira, 18 de março de 2015

nossa, que estranho essa parada

engraçado como, passaram-se anos já, e eu estranho a sua cara, seu jeito, e questiono-me o que não é a paixão.

familiares adoravam dizer, sob os panos, que você não era comparável, compatível ou qualquer outro parâmetro equiparável a mim.  você não era tão bonita, inteligente, engraçada, sociável, louca, e tudo o mais quanto eu. e eu realmente ouvia isso como um negócio muito negativo, uma ameaça mesmo. uma afronta. uma isca para me fisgar e me fazer ficar bravinho.

e hoje, cacete, como eu estranho a nossa cara, o nosso casal. eu pude ter o mundo em minhas mãos, e fisguei a primeira sardinha que me apareceu, ao inves de pegar uma linda carpa brilhante. engraçado como você sequer era bonita, tinha mais de 1000 rostos e sempre com um diferente nas fotos. sua característica coringuística era tão profunda pra mim, que eu nem enxerguei o porquê, por muito tempo, eu sentia um negócio tão forte dentro de mim.


e ate hoje, eu nao entendo que porra aconteceu comigo.

acabei de olhar uma foto nossa e, cacete, que estranha.

sera que paixão é hipnose mesmo?

ou sera que foi o cafe coado na calcinha?

quarta-feira, 11 de março de 2015

Quebra de valores e o inevitável acúmulo de preocupações

Há uns 2 meses eu venho com uma ideia fixa na cabeça de que, acima de qualquer ideologia, posicionamento político, ético ou moral, o mais importante que temos é a liberdade e desprendimento de cada um deles.

Hoje eu me acho muito no catolicismo romantico que grande parte do pessoal conservador do twitter enxerga e segue, mas ao mesmo tempo, me sinto ateu e livre para julgar e ver toda a situação que lhes diz repeito de maneira distante. Isso é um benefício próprio e que aprimora a análise e pesquisas de campo dos seres e cidadãos.

Pois bem, essa ideia e ideais vem me perseguindo e eu estou tentando por a prova todos eles. "Po, eu sou assim, mas se eu fingir que sou mais recatado, as pessoas vão me curtir igual? E se eu agir como um maconheiro? E se agir como um pastor?", entre outros "estudos" que venho fazendo no campo social e intelectual.

Mas acontece que hoje, exatamente hoje, eu decidi ir além e testar tudo que eu prego há anos e jogar numa fogueira. Eu contradisse os princípios e valores que sigo desde que nasci para perturbar minha mente. Eu fui a um vintão.

Há uns 4 ou 5 anos eu sei que aquele vintão existe, é do lado da escola em que eu fiz meu colegial e alguns amigos já haviam ido pra lá e disseram que era OK. Vinte reais na entrada, uma metida, uma gozada. Acabou. Se for por tempo, são vinte minutos. E assim funciona, a casa mais podre que eu poderia testemunhar em corpo presente. Eu estava ali, só, nú, em frente a alguem que paguei e que não me queria. Simplesmente tinha nojo de mim.

Eu tentei humanizar o negócio, encostar mais que simplesmente pegar na bunda ou ter como único contato, a rola e a xereca. Tentei. Mas por incrível que pareça, nesse duelo de valores e nessa casa de moral partida, existe toda uma questão de regra. Eu realmente não podia encostar na mulher (sim, a Bruna, como ela se chamava, tinha lá para seus 40 anos, e usava o mesmo anel que a minha mãe usa no lugar da aliança, que mundo desgraçado, não?) e ela não quis nem abrir as pernas ou mostrar sua buceta pra mim. Só queria saber de meter e ir embora dali.

Não houve palavras além de "posso?" e "não, gato". Não pude chupar e nem ser chupado, não pude ser acariciado ou acariciar. Foi de uma crueza e de uma frieza tamanha, que me assombrou e assombra até o presente momento.

Meu pau sequer conseguiu endurecer. Aquelas paredes mofadas, aquela mulher que não queria estar ali, eu que não queria estar ali, o barulho da rua, os carros, buzinas, o trânsito, a molecada na rua. Caralho, quanta coisa contra, e eu só querendo que acabasse. E meti, com o pau mole mesmo. Até que uma hora ela mandou eu sair e disse que o tempo tinha acabado. Não tinha, mas foda-se. A mulher foi a mais arrogante possível comigo, desconfiei da camisinha que usara de tal forma, que quando cheguei em casa, passei sabão, hidratante, xampu e álcool na rola, pra tirar tudo que pudesse ter ficado ali, na pélvis. Agora é meia noite e eu cago de medo de ter pego algo venéreo. Logo eu, que estava ali pra estudar, sabe, peguei a mais zuada  da casa, pra acabar não fazendo nada além de perder dinheiro.

Foi um puta de um verão merda. E o fim não poderia ser pior.

E sim, agora vendo com calma, me arrependo de ter rompido com os laços monogâmicos, o que me faz, simplesmente, igual a você.

Aaaahhh.... Se tu soubesses do lixo que estou e sou...

domingo, 22 de fevereiro de 2015

eu tenho uma cerca de problemas com minha depressão, uns sentimentos de perseguições ali, outros sentimentos de que nada está dando e dará certo, sentimento de sufocamento, de falta de ar, de morte e assim vai.

são impressões e alguns são até aprisionamentos e obstáculos gigantescos que coloco na cabeça. é triste como, eu tento fazer um curso por puro hobby e acabo podendo foder minha vida acadêmica e até jurídica, sei lá. por duas cervejas. me sinto aprisionado e sufocado por esse caso. to preocupadíssimo com a faculdade. estamos em meio a uma crise financeira hídrica e energética no país, e eu acabei de fazer 18 anos.

sexta-feira, 16 de janeiro de 2015

sentimento de morte

há uns bons meses eu sinto que não estou bem. que não estou 100% ou sequer 50%. me sinto mal mesmo, fisicamente. não é nada com a mente, com o estado emocional, parece físico mesmo. me sinto fraco, me sinto vazio e com fome na maioria das noites que passo em claro, parece que não estou bem e que posso cair duro a qualquer momento.

as vezes eu tento tomar jeito e vou tomar banho, parecendo que vou cair duro no chão do banheiro, parece que vou morrer a qualquer momento. e esse é um desses momentos. minha respiração vai sempre de mal a pior. socorro.