sexta-feira, 25 de dezembro de 2015

Princesa e súdito

As Princesas modernas já não são mais tão intocaveis, puras e superiores quanto antes. Hoje podem ser tocadas até seu casamento, não importando o cerimonial e tudo mais. As coisas afrouxaram. Não há mais torre mais alta e nem dragão que a guarde. Hoje, as princesas estão ao alcance da lábia e dos lábios de todos. Sejam elas reais, imperiais, súditas, plebéias ou comuns. Todas elas, esposas, filhas, sobrinhas, netas, mães, avós, tias e primas, todas as nossas princesas estão ao alcance da lábia. Algumas, no alcance de um telefonema, outras, no alcance de um torpedo.. Essas são nossas princesas.

A Princesa Angelical, a de meu anterior textículo, ela é mais alcançável ainda que qualquer outra das duas que apareceram no período pós morte. Ela mora perto de casa, num bairro tão pouco favorecido que o meu, e até pior localizado ainda. Ela é tão humana quanto qualquer parente, amigo, conhecido e colega meu, e ela é tão humilde quanto eu. Uma criação como a minha, nenhum desvirtuamento de conduta até conhecermo-nos. Ela é intocada. Ela é pura. É meiga, engraçada e comum. Agora, enquanto pudermo-nos permitir, ela sou eu. Do alvorecer ao entardecer. Ela se esconde no anoitecer, recua, pra atacar em meus sonhos, atacando meu celibato, meu desejo e minha paz solitária. Abala-me totalmente, e não permite que desvie minha conduta para além do que ela imagina ter sido feito. Ainda pouco nos conhecemos, e é disso, desse fato incontestável, que surgem as dúvidas. O que fiz, para Deus, neste ano, para recompensar-me com tanto amor e tanta ternura no fim do corrente.

Seja Papai Noel, seja Jesus, seja Deus, alguém está agindo pra colocar um anjo em meu caminho, em minha vida. E não só um anjo, uma beldade, uma humana, uma Princesa, mas sim, uma esperança, e claro, o mais intrigante, de braços abertos. Ela gosta de mim. Sua honestidade é intima à sua extrema bondade, sua infalível sagacidade e entendimento de mundo. Me dá bola. Isso que é o mais impressionante. A mulher foi um ser inatingível. Hoje, ela vem a nós, hoje, ela nos ouve e nos conta coisas. Compartilhar momentos, eu preciso disso. Preciso cuidar e ser cuidado por alguém. Não há mais frio, não há mais inverno, há o verão, e nosso passeio e memória chave é, claro, a praia. Dessa vez, não sou mais capacho, não sou mais lacaio, não sou mais bobo, dessa vez, eu sou súdito de Sua Alteza, melhor, Minha.

Que Deus possa me ajudar. Eu preciso disso. Ela é muito pra mim, ainda assim, há a possibilidade. Domingo e Segunda-Feira conto as impressões do antes e depois do encontro. Olha... Que eu não trave. Que ela retribua o beijo, e que ria de minhas besteiras. Precisamos disso. Quer dizer, eu preciso, ela eu não sei. Sei que preciso casar e ter filhos e coroá-la como minha Princesa. De jure, ela já o é, agora será de facto. E consorte.

Nenhum comentário:

Postar um comentário