sexta-feira, 27 de dezembro de 2013

Sonho de 27/12/2013, dia 132

O sonho começa comigo vendo umas fotos suas no meu celular, que você tinha acabado de tirar, fazendo umas atividades para o seu trabalho. Era fim de ano letivo.

Me teletransporto instantaneamente para onde as fotos foram tiradas, no exato momento onde foram tiradas. Chego ali na escola, que não era a sua do médio, mas podia ser a do trabalho, e ninguem fala comigo. Vou simplesmente entrando. Me olham, mas devem achar minha presença absolutamente normal ali e seguem fazendo o que estavam a fazer.

Chego à sala onde você estava trabalhando. Ah, lembrando, eu não estava nem de bigode nem de cavanhaque, exatamente igual quando eu estava contigo. Enfim, chego na sala, todas me olham, menos você. Você estava andando pela sala e de costas pra mim. De frente pra janela. Enfim, sentei na cadeira que estava mais próxima à você. Tu dás mais uma voltinha e senta na cadeira atrás de mim, me abraça por trás e encosta a cabeça no meu ombro. Automaticamente, faço um carinho pelo seu rosto inteiro e pelo cabelo, bem devagar, porque eu sei que ou mexo pouco no seu cabelo, ou ele arma inteiro. Você retribui com beijinhos nas minhas costas, na nuca, carinho na bochecha e cheirinhos no cangote. Nada além do que eu já sabia que você fazia. Nada além do já conhecido.

Ficamos ali por um bom tempo, as meninas, que estavam no computador lá na frente, pareciam mexer numas linhas de uma música, mas ignorei tudo isso. Meu foco era você. Eu virava de 15 em 15 segundos pra te dar beijinhos. Que eram correspondidos e bem gostosos, como os que já sabia que era. Mas eram só beijinhos, carinhoso. Com a saudade que estava, não queria só selinho pra cá e pra lá. Ah, você leitor, deve ter notado que ninguém falou comigo o sonho inteiro. Mas é isso mesmo, não esqueci de colocar nada, realmente não se dirigiram à mim o sonho inteiro. Ninguém mesmo. Nem ela. Enfim, acabou que eu virei e entre um selinho e outro, encostei sob seus lábios os meus e, entreabri nossas bocas e tentei passar a língua. Você foi pra trás, assustada. Arregalou os olhos. Todos os dois. Levantou da cadeira caminhando pra trás. Os braços abertos. A boca entreaberta. Seca. Você bota a mão na cintura e muda de cara. A cara agora é a de quem está puto com um cachorrinho, que tá puto, mas sorri de canto de boca e termina fazendo carinho no bicho. Você fazia muito essa cara pra mim.

—Thomas?

Thomas? Quem pergunta sou eu, que porra é essa? Toquei o meu rosto inteirinho pra ver se realmente não era outra pessoa. Meu nariz ali, meu olho ali, meu cabelo bagunçado. Além de tudo isso, meus óculos eram a garantia maior de que eu não estava louco nem ouvindo coisas.

Levantei e fui direto no seu pescoço e, dei uma controlada, abaixei a mão e empurrei você para o lado pegando nas primeiras costelas. Saí puto e suando e batendo forte em qualquer um que cruzasse meu caminho. Passei no meio de salas de aula e empurrei pra parede umas 3 ou 4 pessoas. Você vindo atrás. E outra garota, que não trabalhava com você, mas que era sua amiga da escola também vindo.

— Thomas, por que você fez isso Thomas?

Eu suava feito louco, estava meus olhos faltavam sair da cara, de tanto que eu os pressionava. Fechei a cara. Ali, vi que meu bigode voltara. Era eu. Hoje. Puta, agora sim.

Passando por uma sala ou outra, batendo na parede e nas portas, ouvi você rindo, aquele risinho irônico que você tinha quando queria me irritar.

— Você é ridículo. Ridículo.

Você agora sim, falava comigo. Então, eu agora podia falar diretamente com você. Nos seus olhos. Com você.

Cheguei em um corredor e olhei pros lados. Parecia que a escola inteira olhava pra mim com um medo indescritível. Esperei você sair pela mesma porta que sai ali.

Quando você chegou na altura do meu braço, peguei no teu pescoço e te joguei na parede. Me controlei o maximo que pude. Essa jogada já passara do limite, nao podia ir além nem fudendo.

— QUE PORRA É ESSA, QUE PORRA É ESSA CARALHO?? TA MALUCA, TA MALUCA PORRA

— Por que você ta falando assim comigo, Thomas? - me olhando nos olhos

— TA ACHANDO QUE EU SOU QUEM? TA ACHANDO QUE EU SOU QUEM, CARALHO PRA FICAR ME CHAMANDO DE MERDA, PRA FICAR ME CHAMANDO DE BOSTA

— É O QUE VOCÊ É

Peguei ali na parte do colo dela e apontei o dedo na cara dela, o mais próximo que já cheguei de ser um Capitão Nascimento

— MERDA É O CARALHO, O CARALHO. VOCE NAO VAI MAIS ABRI A BOCA PRA FALA MERDA TA ME ENTENDENDO? MERDA É O CARALHO, QUEM QUE TE TIROU DAQUELA BOSTA DE DEPRESSÃO? QUEM TE FEZ FELIZ? - tirei as mãos do seu colo

— Qualquer um poderia fazer isso comigo.

Botei as mãos mais uma vez no seu colo

— QUALQUER UM O CARALHO PORRA, O CARALHO. NINGUEM TE AGUENTAVA, NINGUEM TE DARIA A CHANCE QUE EU DEI. A CHANCE DE SER FELIZ. DE TER PRAZER PELA PORRA DA VIDA. DE AMAR.

— É verdade, Renna - resmungou a amiga lá dela.

—Lava essa boca pra falar de mim. Lava essa porra dessa boca. Cospe pra fora do prato. Você só faz merda. Quem é você pra botar culpa e dedo em mim. Quem é você. Eu te dei a chance de virar tudo. A rainha do mundo, universo. Você decidiu foder com tudo. Você. Estragou a mim e a você. O que mais você quer de mim. Pra que você faz isso.

Você me abraçou forte e chorou nos meus braços. No meu ouvido esquerdo.

— Que foi... Por que isso agora?

— Desculpa, eu não queria fazer isso.Não queria assim. Desculpa.

Me beijou o rosto três vezes forte. Sei lá o que tava acontecendo.

— Desculpa, é que eu estava esperando o Thomas.

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