sexta-feira, 17 de janeiro de 2014

O canto mais triste da sereia

Esses dias a sereia dos lábios cor de vinho me confessou que não podia engravidar. Ela tem mais cistos nos ovários que talvez tenha anos de vida. Fazem dias isso. Acho que faz uma semana hoje. Eu tenho tanto medo disso. Tanto medo do que possa acontecer. Ao meu coração. Ao seu coração. Quem sabe, dos nossos filhos.

Ao seu, porque, bom, o quanto você não deve se sentir mal, o quanto de dor isso não deve lhe causar, sentimental e física. E eu não posso fazer nada. Nadinha. Ainda, espero.

O meu coração, que, sei lá. Talvez esteja sofrendo por antecipação. Imagina eu, que quero muito ser pai, chegar em casa depois de ter trabalhado pra porra e ter crianças e mais crianças correndo pra cima de mim, acordadas até tarde, contra as ordens da mãe, esperando a mim. Eu fico mal pra caralho por pensar que, sei lá, nós dois indo ao ginecologista à cada menstruação nova sua, tomando mais e mais remédios pra que enquanto você esteja ovulando, finalmente dê certo. Que bosta. Que vida teríamos, hein. Que vida você e o cara com quem você decidir ficar terão. Espero que seja eu, já que estou super disposto à cuidar de você por anos, e anos. Em troca só de uma coisa. Amor. O mais puro e lindo amor. Aliás, é o meu único desejo.

Coração dos nossos filhos. Que não sei nem se vão existir.

Eu choro.

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