sexta-feira, 18 de outubro de 2013

Ainda Sou

Já se fazem mais de dois meses desde o fim e eu parei pra pensar o quanto eu evoluí desde o dia 0 ate hoje, dia 60 e tantos. Sim, 60 e tantos já.

Ainda durmo como se você estivesse aqui. De conchinha com o nada, pra cima em posição de morto (era como eu ficava quando você dormia com um sorriso no rosto). Me reviro quando tô pegando no sono em una posição em que não coubesse você, e esse é um segredo só meu.

Ainda escovo os dentes daquele jeitinho que você me ensinou. Por incrível que pareça, é o jeito que mais deixa os limpos mesmo, e você sempre dizia isso rindo da cara que eu fazia de "ah, é?!".

Ainda tomo banho do jeito que você me ensinou. Primeiro shampoo, depois condicionador, depois o banho com sabonete. Isso também inclui as manias que você tinha no banho, cantar enquanto se depila, pentear o cabelo e tentar outros penteados. É involuntário.

Ainda massageio os pés e as costas do mesmo jeito que você me ensinou. As pessoas preferem o seu jeito. E não dá cócegas.

Ainda me masturbo pensando em você nua e no jeito que transavamos. É mais forte do que eu, o tesão que eu tenho por você. E estar deitado nesse colchão me faz lembrar o quanto eu e você o molhavamos de libido e amor. Ia até metade da espuma.

Ainda acordo na ansiedade de você estar logo ali, em pé, na frente da minha cama, desabotoando a calça e vindo pra cima de mim, pedindo pra que eu te torne minha submissa.

Ainda ouço ecoar pelas paredes do quarto os seus gritos de prazer quando você gozava uma, duas, três vezes. Até me faz arrepiar um negócio desses.

Ainda lembro todas as suas calcinhas, todas as nossas datas (que sempre só eu lembrava) e todos os pêlos do seu corpo. Sei lá pra que isso serve.

Ainda sinto um medo do caralho com o que você pode fazer com a chave da minha casa. Espero que você nao faça nada, caso contrario eu ficaria maluco e sem reação.

Ainda frequento os mesmos lugares que frequentara enquanto te tinha.  Fico louco quando eu os vejo do jeitinho que era quando passava lá todos os dias.

Ainda não tiro a ideia de que você, a reborned, não é você, na esperança besta de que você ainda volte a me amar e tudo voltar ao normal.

Ainda uso as roupas que você gostava que eu vestisse. As suas, que você deu, bom, doei. Era um blazerzinho muito bonito pra ficar mofando em um armário parado. A camiseta, que provava que você se sentia em casa quando estava comigo, minha mãe fez questão de transformar em pano de chão. E ainda resmunga todos os dias "casa é o caralho".

Ainda tenho umas coisas perdidas suas aqui em casa. Uma toalha, fotos, alguns presentes e coisas do tipo. Mas elas vão sumindo. Minha familia esconde.

Ainda como bem pouquinho. Não dá pra comer muito, ou comer pra engordar. Me faz querer vomitar.

Ainda estou emagrecendo, involuntariamente.

Ainda uso os mesmos óculos tortos.

Ainda penso em voltar lá, onde eu morri.

PS: Isso aqui é mais um lamento do que um motivo de orgulho. É meio que imbecil pensar que eu sou muito menos hoje do que eu era com você, sendo que isso não é verdade.

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