quarta-feira, 30 de outubro de 2013

Feita a limpa nas fotos nos computadores, era bacana

Acabei com a tarefa de fazer uma limpa nas câmeras de casa. São três câmeras fotográficas, sendo uma delas, frequentemente esvaziada (a minha). A do meu pai, tem fotos da suposta amante com quem ele supostamente tem um caso há anos. Ok. A da casa, tem foto das festas. E a familia inteira, e eu, e meus pais, meus irmãos, e você.

"Eita, por que você ta aqui ainda?" Pensei. E fui lá bem tranquilo. Limpei umas coisas, separei em pastas, guardei no HD externo.

Seguinte, o bagulho foi em ordem cronológica, mas invertida. As festas em que estou só, o que é recente. Eu, na verdade, hoje. Aí as festas em que não estava lá. Estava com você. Talvez o meu fim, uma especie de ontem. E as festas em que estávamos juntos. Aí que vem as doideiras.

Na maioria das festas, estamos agarradinhos. Você já estava na sem maquiagem, suada, cansada, com sono. E eu, largado. Ah, o meu normal. O desleixado charmoso. Eu era mais bonito naquela época. Naquela época. Um ano atrás e eu já chamo de época. Enfim, éramos o casal que acreditava que o amor era suficiente. Só. E carregamos esse titulo, juntos. Não vou mais fazer paralelo com hoje, já que tudo do anteontem já foi. Não é mais.

Peraí, vou acender o terceiro cigarro.

Pronto.

Pelas fotos, no seu quarto, com suas roupas e minhas no chão, calcinha do lado do armário, cueca do lado da almofada. Isso aí. Posso até arranhar uma dualidade que tínhamos, o São Paulo e o Diadema. Em Diadema, éramos lascivos. Tarados, um pelo outro. Lembra como você mal transava comigo aqui em casa? E então. Esses éramos nós em São Paulo. Diadema eu posso até expandir para ABC. Porque com seus amigos, éramos mais tranquilos também. Éramos mais Liberais, menos conservadores, fechados. Abertos, essa é a palavra. Falávamos sobre nós, até na cama. Em São Paulo, duas pedras. Você se aquetava. Chata pra caralho aos olhos de outrem e, bom, simplesmente amorosa e cheia de carinho pra mim. Não sei o teu lado, o real. Em nenhum momento. Mas você era um docinho, uma companheira. E é isso. Foi isso.

Caralho, a casa tá empesteada com o cheiro de cigarro. Agora que apaguei o quinto, vi que tá foda.

Você era linda, você era bonita, e linda, linda. Musa mesmo. Minha. Musa. Se vestia como uma princesa, que comigo, você foi. Foi muito do porquê me apaixonei, sabe, você era uma deusazona. E não é coisa da minha cabeça. Tá nas fotos. Nas espontâneas, em que estamos completamente desavisados, e, as montadas, que aí sim, você estrelava.

Lembro exatamente o que você sentia a cada foto que estávamos juntos. Aqui no notebook. Lembro em quais delas você estava menstruada, com sono, entediada, com vontade de sair. As minhas também. Quanto tempo estava sem tomar banho, em quais fotos eu tinha acabado de gozar, em qual foto eu estava puto. Em qual eu tinha acabado de chorar.

É distante, muito. Mas lembro de tudo. Mesmo.

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