sábado, 26 de outubro de 2013

Esse ENEM todo ano me fode de algum jeito

São cinco e meia da porra da madrugada à véspera de vestibular. Não consegui dormir. Só tô na cadeira olhando o vazio, ouvindo For Emma, Forever Ago do Bon Iver  e espero a cinza queimar o cigarro inteiro. Não lembro se fumei ele ou não, eu sei que agora ele ta inteiro em cinzas, que nem joguei fora ainda.

Me mexo pra fazer um café. Enquanto esquento a água, cai um pedação de cinza dentro da caneca. Acendi um logo em seguida daquele outro, sim. Desisti de fazer o café, sim.

O Bon Iver tem um som bem gostoso de se ouvir. O problema é que eu já conheço as músicas dele. E elas já existem em partes grafadas na minha autobiografia. Como assim? Bom, eu transei pela primeira vez com a mulher que achei ser a da minha vida ouvindo Skinny Love em looping. Foram 17 vezes no total. As preliminares, o oral, os amassos, os beijos e o pouco de penetração que teve. Eu tive dó de você aquele dia. Voce tava muito desconfortável, gemia de dor e, nunca te contei, mas vi aquela lágrima sua cair no banho, enquanto você lavava seu ventre. Eu, desisti do coito aquele dia. Preferi pensar em você e no quão cuzao estava sendo, caso continuasse até que eu gozasse. Você, deveria pensar assim hoje.

Não vem bem ao caso, você meio que ta tão distante nas minhas lembranças aqui suas, que eu as vezes tenho os piores pensamentos, e não choro mais. Tranquilo. Tranquilo não, conformado, vai.

Já havia desistido do café quando retomei a leitura do livro recomendado pelo meu irmão. Sensacional e excepcional como sempre. Teve uma frase aqui, que encaixa perfeitamente na minha historia, sabe. "Parece que a gente nunca consegue fazer a coisa certa por uma pessoa depois que não está mais indo pra cama com ela. Não consegue enxergar um caminho de volta, um acesso direto ou um desvio até , não importa o quanto tente." e o interessante é que encaixa em mim, em você. Na Jade, No Ricardo, na Isa, no Ygor, na Mariana, no Nicolas, na Julia, na Tuanny, na Nathaly. É uma frase tão bestinha, mas tem uma profundidade que retrata perfeitamente aquela compaixão pelo ex parceiro, ex amante, mas que pela idiotice e infantilidade de ambos, ou pela barreira que criamos para que pare de espirrar merda em nós, não nos abrimos para o outro e não deixamos o outro ajudar-nos. Ou vir até nós. Sei lá, vendo de fora, é errado, sabe. Tudo deve acabar bem. Vendo de dentro, eu simplesmente quero viver minha vida, e que você me deixe.

Olha que merda, 6h08 e eu aqui, com o Bon Iver, chorando baixinho. Por não conseguir dormir, por não conseguir mais carinho de ninguém ou até mesmo amparo, por querer uma pessoa pra dormir comigo, pelo tempo ter passado.

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